Uma pesquisa Ibope exibe a sufocante rejeição do presidente ilegítimo, cuja “reforma mercadológica” será encaminhada com urgência. É um “Plano Marshall”, segundo seus autores
Os marqueteiros de Michel Temer anunciam uma mudança radical na imagem do presidente ilícito da República, articulador do golpe que tirou o poder legítimo das mãos da presidenta Dilma Rousseff. Aguarde-se o resultado.
A transformação não será feita com plástica ou com Botox. Seriam recursos mais fáceis. O objetivo, porém, é mudar a popularidade de um governo que desceu a modestíssimos 3% de aprovação, segundo as pesquisas mais recentes.
O movimento publicitário, articulado no Palácio do Jaburu, está sendo chamado de “Plano Temer” equiparável, dizem, a um Plano Marshall moderno. Aquele que reanimou o capitalismo após a Segunda Guerra Mundial.
A tarefa, com Temer, será a de mudar a imagem de um presidente “reformista”, fracassado, para uma dificílima condição de “transformador”, destinado também à ruína.
A esperança não se sustenta na realidade. O que foi tentado até agora não deu certo. Um exemplo claro é o do envio de tropas das Forças Armadas para o Rio de Janeiro, com a finalidade de caçar traficantes na Rocinha. Um malogro das FFAA na tarefa própria de ações policiais.
Houve tentativas mais banais. Temer já distribuiu presentes de Natal para crianças, vestiu a touca da Seleção Brasileira de Polo Aquático e, garantem, foram eliminadas as mesóclises do discurso dele, por si só, de duvidosa qualidade. Tudo isso, e alguma coisa mais, resultou em esforço inútil. A imagem continua negativa.
Há de carregar dois erros na controvertida história política de Temer: a ilegitimidade de presidente, carimbada no movimento Fora Temer, e a corrupção como “chefe de quadrilha” aplicada nele por Rodrigo Janot, ex-procurador-geral da República.
A conjuntura aponta um resultado inédito. Ela mostra os resultados fulminantes colhidos pelo Ibope entre os dias 15 e 20 de setembro. A avaliação do governo de Michel Temer, em 12 áreas administrativas testadas pela pesquisa, mostra a rejeição sufocante do governo. É um Fora Temer apontado por todo o País.
É bom considerar a margem de 2% de erro técnico da pesquisa. Nesse caso, o otimista fervoroso dirá que os 3% de apoio a Temer podem ser elevados, então, a 5%. Por outro lado, a realidade pode rebaixá-lo de 3% para 1%.
Fonte: Carta Capital