Editorial | O golpe é contra os trabalhadores

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Governo de Temer é pró mercado, contra pobres

Desde o impeachment da presidenta Dilma, setores populares vêm denunciando que o golpe no Brasil não tem o objetivo de acabar com a corrupção, mas sim de implementar um programa neoliberal que garanta aos ricos maiores lucros e aos trabalhadores e trabalhadoras, menos direitos.

O governo sem voto do Michel Temer reprovado por ampla maioria popular (menos de 5% o aprova) conseguiu acelerar pautas e medidas antipopulares como nunca antes visto. Assim, aos poucos, a população vem percebendo que os resultados deste governo estão sendo muito prejudiciais para a vida dos trabalhadores e trabalhadoras, sobretudo os mais pobres. Portanto, uma parte daqueles que apoiaram ou ficaram indiferentes ao impeachment da presidenta Dilma Rousseff, hoje percebem que o golpe em curso tem objetivos bem mais profundos do que a dita moralização da política.

Ao longo dos últimos 14 meses do governo golpista, foram tomadas inúmeras medidas contra a soberania nacional e a Constituição Cidadã de 1988. Destacam-se a já aprovada a Emenda Constitucional 95 que limita por 20 anos os investimentos públicos em saúde, educação e assistência social, a aprovação da terceirização irrestrita, e o avanço da privatização de empresas públicas estratégicas como a Petrobrás.

Além disso, o Senado brasileiro aprovou na quarta-feira, dia 11, a nefasta reforma trabalhista. O texto agora segue para a sanção presidencial. A proposta altera mais de 100 trechos da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Os golpistas defensores da reforma, em sua maioria políticos e grandes empresários, afirmam que a reforma é uma medida para tirar o país da crise e diminuir o desemprego, porém, nós trabalhadores sabemos que o objetivo da reforma é retirar direitos com aumento da jornada, redução de salário e restrição da proteção judicial ao precarizar a justiça do trabalho e enfraquecer os sindicatos.

A condenação do ex-presidente Lula, um dia depois da aprovação no senado da reforma trabalhista, busca tirar o foco da população, demonstrando que o processo contra Lula possui claro conteúdo político e de criminalização das organizações dos trabalhadores.

Para conseguirmos sair dessa situação, o caminho não é outro senão o da luta. O engajamento e organização do povo pela realização de eleições DIRETAS JÁ, para os cargos do Executivo e Legislativo, é imprescindível para sairmos da condição de país condenado a escravidão.

Fonte: Brasil de Fato