Em meio a escândalos de corrupção o presidente Temer e seus aliados comemoraram a aprovação da reforma trabalhista pelo Senado, por 50 votos a favor, 26 contra e uma abstenção.
Depois de sancionada pela Presidência da República e publicada no Diário Oficial da União, o projeto de lei que altera 117 artigos da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) entra em vigor no prazo de quatro meses.
A legislação trabalhista sofre uma profunda mudança e os trabalhadores perdem direitos históricos fundamentais. O governo e os patrões festejam a destruição da CLT, que na prática facilita o aumento do lucro do empresariado à custa de mais exploração da classe trabalhadora.
O fim da obrigatoriedade da contribuição sindical e a prevalência da negociação direta entre patrão e empregado enfraquece os sindicatos, legítimos representantes dos trabalhadores e das trabalhadoras. São muitos os prejuízos para a classe trabalhadora.
As novas regras legalizam o trabalho escravo no Brasil. Exemplo disso é o ponto que coloca em risco a vida de operárias grávidas ou amamentando que poderá trabalhar em local impróprio, como ambientes insalubres.
Segundo a Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho (Anamatra) a reforma trabalhista aprovada trará “prejuízos irreparáveis ao país e incontáveis retrocessos sociais”. Ao contrário do que afirma do presidente Temer as mudanças não gerarão empregos e só piora as relações de trabalho, reduzindo o poder de força do trabalhador.
Na verdade, a reforma trabalhista só beneficia as empresas e os patrões. Aos trabalhadores, resta a redução de salários sob ameaça de perder o emprego, ter as férias parceladas, a possibilidade de aumentar a jornada de trabalho, que pode chegar a 12 horas diárias, além de reduzir o intervalo de descanso.
→Confira como votou cada senador:
SIM
Aécio Neves (PSDB-MG)
Airton Sandoval (PMDB-SP)
Ana Amélia (PP-RS)
Antonio Anastasia (PSDB-MG)
Armando Monteiro (PTB-PE)
Ataídes Oliveira (PSDB-TO)
Benedito de Lira (PP-AL)
Cássio Cunha Lima (PSDB-PB)
Ciro Nogueira (PP-PI)
Cristovam Buarque (PPS-DF)
Dalirio Beber (PSDB-SC)
Dário Berger (PMDB-SC)
Davi Alcolumbre (DEM-AP)
Edison Lobão (PMDB-MA)
Eduardo Lopes (PRB-RJ)
Elmano Férrer (PMDB-PI)
Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE)
Flexa Ribeiro (PSDB-PA)
Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN)
Gladison Carmeli (PP-AC)
Ivo Cassol (PP-RO)
Jader Barbalho (PMDB-PA)
João Alberto Souza (PMDB-MA)
José Agripino (DEM-RN)
José Maranhão (PMDB-PB)
José Medeiros (PSD-MT)
José Serra (PSDB-SP)
Lasier Martins (PSD-RS)
Marta Suplicy (PMDB-SP)
Omar Aziz (PSD-AM)
Paulo Bauer (PSDB-SC)
Raimundo Lira (PMDB-PB)
Ricardo Ferraço (PSDB-ES)
Roberto Muniz (PP-BA)
Roberto Rocha (PSB-MA)
Romero Jucá (PMDB-RR)
Ronaldo Caiado (DEM-GO)
Rose de Freitas (PMDB-ES)
Sérgio Petecão (PSD-AC)
Simone Tebet (PMDB-MS)
Tasso Jereissati (PSDB-CE)
Valdir Raupp (PMDB-RO)
Waldemir Moka (PMDB-MS)
Wilder Morais (PP-GO)
Zezé Perrella (PMDB-MG)
NÃO
Álvaro Dias (Podemos-PR)
Ângela Portela (PDT-RR)
Antonio Carlos Valadares (PSB-SE)
Eduardo Amorim (PSDB-SE)
Eduardo Braga (PMDB-AM)
Fátima Bezerra (PT-RN)
Fernando Collor (PTC-AL)
Gleisi Hoffmann (PT-PR)
Humberto Costa (PT-PE)
João Capiberibe (PSB-AP)
Jorge Viana (PT-AC)
José Pimentel (PT-CE)
Kátia Abreu (PMDB-TO)
Lídice da Mata (PSB-BA)
Lindbergh Farias (PT-RJ)
Otto Alencar (PSD-BA)
Paulo Rocha (PT-PA)
Paulo Paim (PT-RS)
Randolfe Rodrigues (Rede-AP)
Regina Sousa (PT-PI)
Reguffe (Sem partido-DF)
Renan Calheiros (PMDB-AL)
Roberto Requião (PMDB-PR)
Romário (Podemos-RJ)
Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM)
ABSTENÇÃO
Lúcia Vânia (PSB-GO)
AUSENTE
Acir Gurgacz (PDT-RO)
Hélio José (PMDB-DF)
Maria do Carmo Alves (DEM-SE)