Monopólio da JBS pode provocar demissões em massa, alerta CNTA

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Recentemente, o grupo JBS (controlador da Friboi) anunciou férias coletivas para cerca de 500 trabalhadores em Nova Andradina (Mato Grosso do Sul), sob o pretexto do baixo fornecimento de gado.

A informação das férias, apenas, não seria motivo de preocupação, segundo Artur Bueno de Camargo, presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação e Afins (CNTA). O receio é de demissões.

Em entrevista ontem (10) à Rádio Web Agência Sindical , Artur expôs sua preocupação: “Espero que a justificativa para as férias coletivas seja verdadeira. Nós também recebemos denúncias de que a JBS está formando monopólio no Mato Grosso, Estado vizinho. A empresa compra frigoríficos menores e fecha, em seguida, deixando centenas de trabalhadores na rua”.

O dirigente afirma que a CNTA já mobiliza os filiados da base para coibir demissões em massa. A Confederação também atua junto às Assembleias Legislativas de Mato Grosso e Rondônia. “Nos dois Estados foram instauradas CPIs para investigar o comportamento da JBS”, conta Artur.

Denúncia – Ele adverte que, se as investigações comprovarem formação de monopólio, a JBS será denunciada. “Por via das dúvidas, nos antecipamos e alertamos o Ministério do Trabalho, o Ministério da Justiça, a Confederação Nacional da Indústria (CNI), o Ministério Público e também o Cade. Se o monopólio for confirmado, nós vamos formalizar denúncia e ampliar as formas de luta”, ele diz.

Desemprego – Artur Bueno de Camargo aponta, ainda, outros males do monopólio. Ele afirma: “Com o fim da concorrência, a qualidade do produto cai, cresce o desemprego, devido ao fechamento de unidades, e dificulta o desenvolvimento da economia, porque restará uma opção”. Para o sindicalista, a concorrência, “desde que transparente” é saudável e estimula o crescimento.

Para Artur, também é dever de Estados e municípios combater monopólios. “É preciso ativar os mecanismos contra a formação de monopólios. Não dá pra deixar só a cargo da União, uma vez que a fiscalização do Ministério do Trabalho é deficitária”, finaliza.

Fonte: fsindical.org.br