O resultado negativo do PIB (Produto Interno Bruto) irá afetar aposentados e trabalhadores em 2017, pois o índice é usado no cálculo do salário mínimo e dos benefícios do INSS iguais ao piso.
De acordo com a lei de valorização do mínimo, válida até 2019, o PIB é utilizado para garantir um aumento maior que a inflação. Porém, como o PIB encolheu 3,8% em 2015, o próximo reajuste do salário mínimo terá apenas a inflação que for registrada ao longo deste ano.
Por enquanto, a previsão do Banco Central é que a inflação medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) fique em 7,57% neste ano. Considerando essa previsão, em 2017, o piso subiria para R$ 946,61.
Como o piso pago para os aposentados segue o salário mínimo, esses beneficiários da Previdência também terão reajustes menores.
‘’ A política de valorização do mínimo está vinculada ao crescimento do país, então quando a atividade econômica cai, o salário também perde’’, afirma o economista Clemente Ganz Lúcio, do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos).
De 2003 a 2015, o mínimo teve aumento real de 76%, segundo o governo federal.
Os economistas acreditam que, neste ano, o país também deve crescer menos, o que trará reflexo no salário mínimo de 2018. A previsão é de retração de 3,45% e, com isso, o piso de 2018 deve ter apenas o reajuste da inflação.
‘’ É muito difícil que, já em 2017, o país se recupere dessa queda tão intensa. Sendo assim, é possível que o mínimo não tenha aumento acima da inflação nos próximos três anos’’, diz Lúcio.
Fonte: fsindical.org.br