Governo encontra centrais sindicais

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Os ministros Miguel Rossetto e Carlos Gabas começam a debater hoje com lideranças sindicalistas a construção de uma nova “agenda positiva”

Os ministros Miguel Rossetto (Secretaria Geral da Presidência) e Carlos Gabas (Previdência) se reúnem com sindicalistas hoje, em São Paulo, com o objetivo de obter apoio para superar a crise política no País.

Rossetto e Gabas foram escalados pelo governo para tentar retomar o diálogo com movimento sindical e formar uma “agenda positiva” em um momento delicado da crise, agravada pela prisão de um dos quadros históricos do PT, José Dirceu, e pela volta do recesso com o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), na oposição.

Os sindicalistas reclamam que no segundo mandato, a presidente Dilma tem evitado conversar com as centrais. Todas as seis centrais – CUT, Força Sindical, UGT, CTB, Nova Central e CSB – devem participar do encontro.

Segundo o líder do PT no Senado, Humberto Costa (CE), para manter a governabilidade, a presidente tem feito um diálogo maior com parlamentares. Isso, segundo Costa, passa também pelos movimentos social e sindical.

“A ideia de governabilidade passa por um movimento bem mais amplo no Congresso Nacional. É importante debater com os governadores, como o governo fez, e com os movimentos sociais. Eu acho que ela [Dilma] está fazendo esse movimento e o apoio passa também pela base”, avalia o líder petista.

O presidente da União Geral dos Trabalhadores (UGT), Ricardo Patah, reclama da falta de proximidade do governo após a criação do Fórum de Diálogo Social, formado pelo Congresso Nacional, empresários e sindicalistas para discutir o País. “O Fórum foi instituído a mais de 90 dias e até agora não houve nenhuma reunião”, critica.

Na conversa com os ministros, as centrais vão reivindicar bandeiras já apresentadas para retomar o diálogo, como a aprovação da fórmula 85/95, visto como alternativa ao fator previdenciário; a rejeição do Projeto de Lei 4330/2004, que expande a terceirização para todas as áreas do mercado de trabalho; e a recomposição do salário mínimo.

“Qualquer momento é momento que serve para o diálogo, principalmente em momento de dificuldade, onde a conversa, a compreensão, tem que ser praticada”, afirma Patah. O presidente da UGT, entende que das bandeiras levantadas, a mais “factível” é o veto ao projeto da terceirização.

“O governo quer continuar o diálogo que tinha lá atrás. Vai ser o início de uma ‘reconversa’. É necessário um diálogo mais constante com o governo. Toda crise pede isso. Essa coisa de querer dialogar mais é algo positivo. Agora, vamos ver resultado”, pontua o secretário-geral da Força Sindical, João Carlos Gonçalves.

Os sindicalistas também vão cobrar do governo um plano para reduzir a alta do desemprego. Recentemente, Dilma apresentou um projeto que reduz a jornada e os salários durante a crise econômica.

// Fonte: Força Sindical