O rendimento real (descontada a inflação) dos trabalhadores em fevereiro foi de R$ 2.163, valor 0,5% menor que o do mesmo mês de 2014. É a primeira queda desde outubro de 2011 (que foi de 0,3%), quando considerada a comparação entre o resultado de um mês com o do mesmo período do ano anterior.
Trata-se também do pior resultado nessa base de comparação desde maio de 2005, quando houve queda de 0,7% no rendimento.
Os dados são da PME (Pesquisa Mensal de Emprego), apresentada pelo IBGE nesta quinta (26). O índice de inflação usado para a comparação foi o INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) do IBGE.
Na comparação com o mês imediatamente anterior, a queda no rendimento em fevereiro foi de 1,4%.
“Nos dois últimos meses houve crescimento de inflação”, diz Adriana Beringuy, porta-voz do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Mas até mesmo em termos nominais (sem computar a inflação) a renda dos trabalhadores foi menor em fevereiro do que em janeiro: queda de 0,3%.
SETORES
Por setor, o pior desempenho, quando descontada a inflação, foi dos trabalhadores que prestam serviços a empresas. Eles tiveram queda de 3,3% na renda em comparação com fevereiro de 2014, e de 5,4% com janeiro de 2015.
Em segundo lugar ficam os trabalhadores da indústria que tiveram queda de 1,9% no rendimento em relação ao ano passado e de 4,1% quando comparado com janeiro de 2015.
TAXA DE EMPREGO
Além disso, pelo segundo mês consecutivo, a taxa de desemprego subiu nas seis maiores metrópoles do país. Em fevereiro o índice foi de 5,9%.
A taxa havia sido de 5,3% em janeiro, que já era um aumento de um ponto percentual em relação à de dezembro. Em fevereiro de 2014, a taxa foi de 5,1%.
O resultado de fevereiro está acima das projeções de economistas compiladas pela agência internacional Bloomberg, cuja mediana (ponto central entre todas as estimativas, descartando as maiores e as menores) apontava para uma taxa de 5,7%.
O número de pessoas ocupadas, 22,7 milhões, caiu 1% frente a janeiro e cresceu 0,9% se comparado com o mesmo mês de 2014.
Já o total de desempregados ficou em 1,4 milhão, com alta de 10% em relação a janeiro e com aumento de 14,1% ante fevereiro de 2014.
O setor que mais dispensou foi o de “outros serviços”, que incluem alimentação, alojamento, hospedagem, serviços pessoais (como cabeleireiro e manicure) e transportes.
A taxa de desocupação desses negócios foi de 3,7% em relação a janeiro.
Mas comparando o mês de fevereiro de 2015 com o de 2014, a indústria caiu 7,1%, com 259 mil pessoas a menos trabalhando nesse setor da economia.
// Fonte: Força Sindical