A desoneração da folha de salários ajudou, sim, na criação de empregos e na concessão de reajustes salariais. É o que mostra tese de mestrado que avaliou 74 mil empresas de quatro setores beneficiados pela medida.
Em 2012, o número médio de empregados nas firmas desoneradoras cresceu 17,1% enquanto nas empresas do mesmo setor não beneficiadas pela medida o aumento foi de 2,9%, segundo estudo defendido pelo brasileiro Clóvis Scherer no Instituto de Estudos Sociais (ISS) de Haia, na Holanda.
O objetivo de Scherer foi avaliar os impactos da polêmica medida sobre o mercado de trabalho nos quatro setores beneficiados inicialmente – indústria de couro e calçados, confecções e parte do setor têxtil, empresas de call Center e serviços de tecnologia da informação.
A desoneração da folha de salários, segundo cálculos da própria Receita Federal, custou R$ 3,6 bilhões em 2012. No ano passado, quando a medida já beneficiava 56 setores, a conta chegou a R$ 21,6 bilhões. É por causa dessa magnitude e pela dificuldade de mapear a relação custo / benefício da regra que alterou a contribuição patronal à Previdência – de 20% sobre folha de pagamento para um tributo sobre faturamento, com alíquotas entre 1% e 2% – que a medida perderá ser modificada no ajuste fiscal.
A partir de avaliações sobre os impactos macroeconômicos, social, e fiscal do benefício, Scherer, que trabalha como economista no Dieese, defende a manutenção da regra.
Fonte: Força Sindical