Em 30 anos, houve “forte” redução da proporção de desocupados entre as crianças e adolescentes de 10 a 15 anos, de acordo com a Fundação Seade.
Estudo da Fundação Seade mostra que nos últimos 30 anos, com relação à faixa etária, houve “forte” redução da proporção de desempregados entre as crianças e adolescentes de 10 a 15 anos.
De acordo com a Pesquisa de Emprego e Desemprego na Região Metropolitana de São Paulo (PED/RMSP) divulgada ontem pela instituição, esse movimento foi reforçado pela crescente valorização das famílias em relação ao aumento da escolarização, pelas políticas de combate ao trabalho infantil e pela legislação e fiscalização que proíbe o trabalho para pessoas de até 15 anos, exceto na situação de aprendiz.
Dificuldades
Durante o período, com relação aos jovens de 16 a 24 anos, houve permanência da elevada proporção de desempregados nessa faixa etária, o que reflete, segundo o estudo, as tradicionais dificuldades dessa parcela da população de se inserir no mercado de trabalho, cada vez mais exigente em termos de escolarização e capacitação profissional.
A pesquisa observou ainda acentuado aumento da proporção dos adultos de 25 a 39 anos e de 40 a 49 anos no total dos desempregados e, em menor medida, das parcelas das faixas etárias superiores, reflexos do envelhecimento da população e das maiores responsabilidades no orçamento familiar que ainda pesam sobre essas pessoas.
“Talvez mais do que qualquer outro indicador, aquele que mostra a proporção dos homens desempregados segundo nível de escolaridade seja o que mais expressa as transformações por que vem passando o mercado de trabalho regional. A forte redução da participação, no total de desempregados, dos analfabetos ou com o ensino fundamental incompleto revela a elevação do nível de escolaridade da população”, avaliou a fundação, por meio de comunicado.
Escolaridade e raça
Em sentido contrário, os aumentos das proporções dos desempregados nos níveis mais altos de escolaridade, além de refletirem a ampliação geral do nível de escolaridade da população, de acordo com o levantamento, também decorrem da manutenção em elevado patamar da sua presença na força de trabalho da região, embora apresentem menores taxas de desemprego em relação àqueles de menor nível de instrução.
Com relação ao atributo raça ou cor dos homens desempregados, o estudo da fundação revela que a taxa de desemprego dos negros era cerca de 60% superior à dos não negros, em 1985 e 1986, diferença que diminuiu para 50%, em 1999 e 2000, e para 30%, no biênio 2012/2013.
// Fonte: Força Sindical