Mesmo assim, taxa de desemprego entre a população economicamenteativa atinge o menor patamar desde 1993
O mercado de trabalho na Região Metropolitana em 2014 apresentou comportamento desfavorável, na comparação com o ano anterior. De acordo com a Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED), divulgada pela Fundação de Economia e Estatística (FEE), ontem, o nível ocupacional reduziu 2,1%, a maior retração já registrada pela pesquisa, iniciada há 21 anos. Pelo segundo ano consecutivo, também houve redução da População Economicamente Ativa (PEA), de 2,7%.
O estatístico responsável pela pesquisa, Rafael Bassegio Caumo, ressalta que os números evidenciados pela PED convergem com o cenário de estagnação da economia estadual e brasileira. Apesar disso, a taxa de desemprego recuou para 5,9% da População Economicamente Ativa, diante de 6,4% do ano anterior, atingindo o menor patamar da série histórica e mantendo a tendência de declínio desde 2004. A pesquisa registrou o menor número de desempregados de sua história, 109 mil indivíduos, 13 mil pessoas a menos do que em 2013. “O resultado é reflexo do número de pessoas que saíram do mercado de trabalho ser maior do que a contração do nível ocupacional”, comenta Rafael Caumo.
O economista da FEE Raul Luís Bastos explica que a redução da População Economicamente Ativa acontece em função do aumento, nos últimos anos, de jovens que apenas estudam e permanecem fora do mercado de trabalho. “Há uma espécie da acomodação da força de trabalho na Região Metropolitana. Mas em algum momento próximo, essa situação será revertida”, projeta Bastos. Outro fator apontado pelo economista para a diminuição de pessoas ativas no mercado de trabalho é a estagnação da participação feminina.
“Se compararmos as taxas de 2014 com as de 10 anos atrás, não há mais um aumento de mulheres que entram no mercado de trabalho”, avalia o economista.
No que se refere ao desempenho do emprego e do desemprego na Região Metropolitana, em 2014, o setor de comércio registrou a maior redução do contingente de trabalhadores, de 4,5% e 16 mil pessoas a menos. Em seguida, o declínio foi verificado no segmento de indústria de transformação, que registrou queda de 3,9%, o que representa 12 mil pessoas desocupadas. O setor de construção foi o único em que não houve queda na quantidade de trabalhadores. O segmento observou crescimento de 4,2% e registrou aumento de 5 mil pessoas.
Entre os empregos assalariados, houve uma queda no nível ocupacional de 2,4%, determinada pela diminuição de 3,4% dos empregos com salário fixo no setor privado. Já o setor público registrou aumento de 2,4% no nível ocupacional e foi o único segmento em que houve aumento no número de pessoas ocupadas. A taxa de ocupação reduziu 2%, entre os trabalhadores com carteira assinada, e 14,5%, entre os sem carteira assinada.
Neste contexto, a renda média dos ocupados registrou relativa estabilidade em 2014, interrompendo o processo de elevação iniciado em 2005. A renda média do total de ocupados foi de R$ 1.855, e a de assalariados, de R$ 1.816.
PED indentifica redução de 7 mil pessoas ocupadas em dezembro
O movimento de recuperação do nível de ocupação, iniciado em agosto, foi interrompido na Região Metropolitana de Porto Alegre. A Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED) apresentou uma redução de 7 mil pessoas ocupadas, comportamento que não é usual para o mês. O nível ocupacional apresentou variação negativa de 4%. Por isso, a quantidade de trabalhadores ocupadas em dezembro foi de 1.732 mil pessoas.
O único setor que apresentou aumento na quantidade de indivíduos ocupados foi o de serviços, com ampliação de 2,6%. A queda no nível de ocupação foi puxada pelo setor da indústria de transformação, que registrou 4,4% a menos de pessoas ocupadas. Em seguida, estão os setores de comércio, com queda de 4,2%, e o da construção, que registrou variação negativa de 1,6%.
Entre os desempregados, houve uma redução de 4 mil pessoas sem emprego, e o mês de dezembro fechou com 113 mil desempregados. A taxa desemprego, no entanto, apresentou relativa estabilidade e passou de 6,3% para 6,1% da População Economicamente Ativa (PEA), devido a 11 mil pessoas que deixaram o mercado de trabalho. A média de renda mensal registrada em dezembro foi de R$ 1.792 para ocupados e de R$ 1.725 para assalariados e trabalhadores autônomos.
// Fonte: Força Sindical