O governo federal prevê que o piso da aposentadoria em 2015 será R$ 55,75 maior do que o atual. Para o teto do benefício, a expectativa é de R$ 232,68 a mais.
As informações constam no PLDO (Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias) para o ano que vem do Executivo, encaminhado ontem ao Congresso Nacional.
No entanto, o mercado financeiro tem outra opinião, com estimativa de aposentadorias maiores em valores, mas possível degradação do poder de compra mais rápida ao longo de 2015. Isso de acordo com as previsões Focus, reunidas pelo BC (Banco Central). Segundo os especialistas e analistas das instituições e empresas de pesquisas econômicas, o piso do benefício saltará R$ 63,60 e, o teto, R$ 279,22.
Atualmente, o valor mais baixo pago pelo INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) está em R$ 724. O governo espera que o valor salte para R$ 779,75 e, o mercado, para R$ 787,60. O salário máximo pago pelo Ministério da Previdência Social hoje é de R$ 4.390,24. As projeções do Executivo Federal apontam para R$ 4.622,92, e as dos especialistas, R$ 4.669,46.
Como a inflação do ano anterior é utilizada para o reajuste dos benefícios da Previdência Social, quanto maior o seu acumulado, mais generosas serão as correções. Porém, destacou o coordenador do Observatório Econômico da Universidade Metodista de São Paulo, Sandro Maskio, que também é professor de Economia da instituição de ensino, é melhor ao aposentado que o reajuste seja menor. “Se a inflação está acelerada, mais rápida será a corrosão do poder de compra do aposentado. Neste caso, o que acontece é o que chamamos de ilusão monetária, de que maior reajuste seria melhor”, disse Maskio.
O acadêmico explicou que, se a inflação está muito alta no fim do ano, a tendência é de que ela cresça com mais intensidade nos primeiros meses do novo ano. Como o reajuste da aposentadoria ocorre em janeiro, para pagamento em fevereiro, os preços teoricamente continuariam subindo mais fortemente. “E, no quarto ou no quinto mês, o ganho da correção já foi corroído pela inflação atual”, explicou Maskio.
PREVISÕES – O piso pago pela Previdência aos seus segurados, hoje, é de R$ 724. Pelas regras da Pasta, esse patamar é corrigido anualmente, junto com o salário-mínimo, cuja projeção do PLDO é de R$ 779,75 para o próximo ano.
Para todos os benefícios do INSS acima do piso, a correção anual vai de acordo com a variação da inflação às famílias com renda entre um e cinco salários-mínimos (R$ 3.620) do ano anterior, ou seja, com base no resultado do INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), apurado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Para chegar à correção do salário-mínimo brasileiro, o governo federal considera a variação do PIB (Produto Interno Bruto) de dois anos antes do período vigente. Sobre esse percentual é acrescentada a inflação do ano anterior.
Ontem, em Brasília, os ministros da Fazenda, Guido Mantega, e do Planejamento, Miriam Belchior, durante apresentação do PLDO, explicaram que a previsão do governo é de que o INPC acumule alta de 5,3% em 2014. Em 2013, conforme o IBGE, a expansão do PIB foi de 2,28%, somando R$ 4,84 trilhões. Com isso, o aumento do salário-mínimo, tanto do trabalhador quanto do INSS, teria correção de 7,7% em 2015.
No caso do mercado financeiro, a previsão é mais pessimista sobre a alta média dos preços às famílias. Os especialistas e economistas das instituições financeiras esperam alta do INPC em 6,36%. Por isso, acrescentado o resultado do PIB de 2013, de alta de 2,28%, o reajuste dos mínimos ficaria em 8,7%.
Fonte: Força Sindical